No senso comum, não há meio-termo. O UFC Rio foi grande divisor de águas para os três principais nomes brasileiros no evento.
Distintos em motivações mas equivalentes em importância, os momentos de glória de Rodrigo Minotauro Nogueira, Maurício Shogun Rua e Anderson Silva no último sábado reciclaram aspirações e especulações, além de abrir novos caminhos para cada lutador. Vamos lá!
O dossiê Spider
Com números cada vez mais vistosos e o domínio pleno nos médios (até 84 kg), Anderson Silva segue a bola da vez no quesito unanimidade. Na categoria, os nomes mais cogitados como postulantes ao título basicamente são três:
Vencedor de Chael Sonnen x Brian Stann: a luta acontece na edição 136, em outubro. O primeiro é o maior falastrão do UFC e tem Anderson Silva como grande alvo de chacotas. Ambos se enfrentaram pela primeira vez em agosto do ano passado (UFC 117), no desafio em que Sonnen exerceu domínio pleno em quatro rounds, mas foi finalizado no último.
Stann é ex-militar condecorado e tem grande apelo dentro do nacionalismo típico do público no Tio Sam. Isso propicia boas chances de ser o 'personagem perfeito' para salvar a pátria e tirar do Brasil a supremacia vigente há cinco anos na categoria (norte-americanos adoram coisas do tipo).
Dan Henderson: 41 anos e vitalidade longe de qualquer suspeita. Atualmente luta pelo Strikeforce (organização co-irmã do UFC), onde detém o cinturão dos meio-pesados (até 93 kg). Na última atuação, abusou da ousadia para triturar a lenda russa peso-pesado Fedor Emelianenko com sonoro nocaute no primeiro assalto.
Caso seja oficializado, o embate contra Silva confirmará revanche. Na primeira vez em que se encontraram (UFC 82, em 2008), o brasileiro venceu por finalização com mata-leão (estrangulamento pelas costas).
Shogun de volta ao jogo
Muitos colocavam o potencial de Shogun em xeque antes do UFC Rio pela derrota azeda para Jon Jones em março, que culminou na perda do cinturão dos meio-pesados (até 93 kg).
Mas a capacidade técnica novamente alinhada demonstrada no evento carioca resultou na vitória por nocaute contra Forrest Griffin e o colocou de novo entre os desafiantes ao título de Jon Jones.
Segundo Dana White, Rua tem ainda pelo menos mais uma luta para pleitear o cinturão novamente. E as especulações mais diretas são essas.
Perdedor de Jon Jones x Rampage Jackson: a disputa de título acontece na edição 135, em setembro. Já que após esta disputa o próximo desafiante ao cinturão provavelmente será o também norte-americano Rashad Evans, Shogun, que segundo White ainda é Top 4 na faixa de peso, pode ter pela frente quem se der mal neste próximo embate.
Phil Davis: está cotado para encarar Lyoto Machida ainda neste ano, mas há informações de que pode não se recuperar a tempo de lesão no joelho. Assim, pode ser remanejado para enfrentar Shogun no começo do ano que vem.
Dan Henderson: Não querem mesmo dar descanso ao 'velho' Hendo. Mas o desafio contra Shogun também desponta como uma das portas de entrada em potencial para o retorno do experiente campeão ao Ultimate.
O fator Minotauro
Rodrigo Minotauro Nogueira mostrou o poder de superação que sempre foi tônica na carreira. No UFC Rio, venceu contusões, falta de ritmo de mais de um ano e meio longe do octógono para nocautear Brendan Schaub de forma eletrizante.
Na coletiva pós-evento, Dana White deixou claro que, no caso do ídolo brasileiro, a pretensão para almejar título não está em 'quantas lutas' ele faça, mas sim 'contra quem'. Como a categoria é repleta de altos e baixos, as especulações são ainda mais restritas.
O caso Velásquez: A próxima disputa de título dos pesados será realizada em novembro (UFC 139), entre o norte-americano Cain Velásquez (campeão) e o brasileiro Júnior Cigano dos Santos.
Caso o catarinense vença, inviabilizaria qualaquer chance de firmar combate contra Nogueira, um de seus principais tutores e parceiro de treinos. Assim, uma derrota de Velásquez poderia abrir caminho mais direta para a revanche com Minotauro (na primeira luta, em fevereiro de 2010, o norte-americano nocauteou o brasileiro).
Shane Carwin: o lutador vem de derrota para Cigano (UFC 131, em junho) e aposta as fichas na recuperação contra nome de porte entre os pesados. Com o moral novamente reforçado, Nogueira entra no páreo como boa pedida.
Brock Lesnar: o ex-campeão teve de se afastar para tratar novamente a diverticulite (grave doença instestinal). Recentemente, voltou aos treinos e deve retornar às disputas no começo de 2012.
Frank Mir: outro combate de grande interesse para Nogueira pela possibilidade conreta de dar o troco pela derrota por nocaute técnico contabilizada em 2008 (UFC 92).