Nesta semana, durante a Futurecom 2011, em São Paulo, o mercado de TV por assinatura sofreu um grande impacto com o anúncio da chegada da GVT TV, desenvolvido pela empresa como um novo modelo de negócios. Detalhes sobre o novo serviço foram revelados na manhã desta quinta-feira (15), prometendo unir tecnologia de ponta e preços agressivos contra a concorrência.
Amos Genish, da GVT (Foto: Bruno do Amaral)
A GVT TV pretende conquistar espaço no mercado oferecendo canais em alta definição em todos os pacotes, incluindo o mais básico, e sem contar os das emissoras de transmissão aberta. Além da qualidade de som e imagem, a companhia promete tecnologias de PVR (gravação da programação em disco rígido), time-shifting (pausar a programação em tempo real) e VOD (sigla em inglês para "vídeo sob demanda"), dentre outras novidades anunciadas em uma coletiva de imprensa na capital paulista, separada do evento de TI e Telecom.
Para oferecer tudo isso, a GVT utiliza uma tecnologia mista de transmissão DTH, via satélite, com a conexão por IP por meio de fibra óptica. Segundo Amos Genish, presidente da empresa, "é o primeiro modelo híbrido do Brasil e um dos pioneiros do mundo". Com isso, em breve haverá a possibilidade de colocar em prática o conceito de "casa conectada", trazendo a programação da TV para vários dispositivos além do televisor, como tablets, smartphones e computadores.
Outra novidade é o conceito de aplicativos utilizando o set-top box, como já existe no caso das Smart TVs e decodificadores como da brasileira Visiontec. Em um primeiro momento será possível ter acesso ao Twitter e à previsão do tempo (que funciona de maneira inteligente, filtrando por cidades especificadas). Mais tarde, a GVT pretende incluir o Facebook, YouTube, notícias em tempo real, resultados esportivos, e até mesmo horóscopo.
Serviços
A operadora promete alguns diferenciais em relação à concorrência. Um deles é o número real de ofertas em vídeo, com 140 canais, sendo "mais de 30" em HD. "Não temos aquela coisa de ter 300 canais, mas com 200 em áudio", diz Alcides Troller Pinto, vice-presidente de Marketing e Vendas da companhia.
Um serviço diferente também é o Outra Chance, que permite assistir a algum programa mesmo após ele ter ido ao ar – isso sem a necessidade de gravação. Segundo Troller, o conteúdo ficará disponível por um tempo determinado para o consumidor acessar quantas vezes quiser, e esse período deverá variar para cada canal. Há também a oferta do Power Music Club, portal de música da GVT já lançado há alguns meses.
Alcides Troller Pinto, da GVT (Foto: Bruno
Ainda assim, o mais chamativo é o recurso de gravador digital, oferecendo o PVR e o Time-Shifting para os assinantes, e trazendo 500 GB de capacidade. Segundo a empresa, isso equivale a 500 horas de programação em definição padrão, e 150 horas em alta definição.
Outro novo recurso é o Multiroom, que permite acessar o conteúdo gravado em qualquer ponto adicional da casa, mesmo que eles próprios não tenham gravadores. Funciona como uma espécie demedia center por cabos, e roda independentemente do que se exibe no ponto principal. Não foi informado se essa possibilidade se estenderá aos dispositivos móveis também.
No recurso de vídeo On-Demand, a empresa tem um acervo de 2 mil títulos com conteúdo gratuito e pago. Os avulsos saem por R$4,90 cada, mas haverá também uma espécie de assinatura mensal com valor ainda não definido. Todos os lançamentos serão em HD, diz a empresa.
Planos
Como frisou várias vezes Genish e Troller Pinto, a companhia está com um novo modelo de negócios específico para o mercado de TV por assinatura. "Trata-se da GVT TV, não é o mesmo player da GVT Telecom", garante o VP de marketing. Para essa empreitada, serão investidos R$ 650 milhões até 2012 em um trabalho que já durou 14 meses, e espera ajudar a aumentar a penetração da televisão paga no Brasil, saltando dos atuais 18% para 32% em 2015.
Com tudo isso, a ideia é, em algum momento futuro, oferecer o produto sem a necessidade de combos com telefonia fixa e internet. Por enquanto, os preços informados foram todos nessa venda com demais produtos da GVT Telecom. O pacote Super HD, o mais básico, sairá por R$ 59,90 e trará 26 canais pagos e cinco em HD, além da TV aberta também em alta definição. Na programação, todos os canais da Globosat estarão presentes.
O plano Ultra HD conta com 45 canais pagos, nove em HD, sai por R$ 89,90; e o Ultimate HD terá 72 canais pagos e 14 em HD, com mensalidade de R$129,90. Importante frisar que todos os preços são referentes aos combos, com a internet de qualquer velocidade (incluindo 5 MB, e até o recente plano de 35 MB), e não incluem os pacotes adicionais de filmes, esportes, pay-per-view e adulto, nem o gravador digital, que sai por R$ 29,90 adicionais. Por sua vez, cada ponto extra sairá por R$ 24,90.
Com todos esses custos adicionais, cabe ao consumidor avaliar qual proposta de operadoras é a mais interessante. De qualquer forma, apesar do lançamento em São Paulo, a GVT TV só começará as operações nas cidades onde já atua com internet, o que exclui a capital paulista, já a partir de outubro.
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